Estou a entrar numa nova fase da minha vida profissional. Apesar de nunca ter gostado do que faço, sempre senti que nunca tive saída e nesta altura com prestação de casa, despesas fixas etc... e como está o mercado de trabalho, nem pensar em desistir do meu emprego/trabalho que graças a Deus todos os meses tem sido o meu/nosso sustento.
Estou a tornar-me uma comercial, em vez de estar aqui no escritório a atender telefones e pessoas, estou a experimentar ir para o "terreno", ainda estou mesmo no iniciozinho, mas descobri algo que me tem feito pensar... eu não gostava de "pessoas"... para mim foi triste e até chocante constatar isto. Enquanto estava aqui, enervava-me atender as pessoas com as suas chatices e exigências, por telefone ainda tolerava, mas quando vinham aqui ao escritório, eu detestava o contacto pessoal e sempre que a porta se abria, eu ficava logo com a neura e só me apetecia ser o mais antipática que pudesse!... Estranho né? Para quem está habituado a ver-me sempre sorrir, nem parece que eu podia ter este tipo de intenções! LOL...
Enfim, mas a semana passada fui a uma formção na Fidelidade Mundial acerca de vendas. E foi muito triste para mim ouvir vezes sem conta o formador a dizer que o mais importante não é a venda em si, mas ter uma relação de confiança com o cliente, mostrar interesse sincero pelas suas necessidades, claro que mais de acordo com aquilo que eu tenho para lhe vender, mas acima de tudo, ele é que é importante nesta relação! Seja que tipo de cliente for, até nos mais dificeis, sou eu que tenho o poder e o dever de transformar a relação em algo bom. E foi triste porque eu aprendi isto em tantos anos de crente e foi preciso ouvir da boca do tal formador que o mais importante são as pessoas e não eu!... O mais importante é o que posso fazer por elas!...
Caí em mim e percebi que eu tinha que mudar a minha atitude perante as pessoas, até mesmo neste trabalho que eu não gosto muito de fazer... E de facto, estar com as pessoas no "terreno", lidar com elas num ambiente que é o delas (loja, casa, etc) é possiver ver o melhor que elas têm e é possivel ser mais paciente e tolerante com as suas exigências, porque vou além da relação profissional...
Isto pode ser aplicado de muitas maneiras, e por si só, para mim já foi um toque de Deus no meu coração. Mas se analisarmos na prática da nossa vida cristã, nós não podemos falar de Jesus a ninguém senão nos disponibilizarmos em conhecer as pessoas, as suas necessidades. Sejam elas chatas, exigentes, intolerantes... Deus também as ama e muito e é meu dever também considerá-las importantes.
Deus me ajude a não perder esta visão, em tudo o que faço.